quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sem a capa ariana.


Dava pra ver as borboletas chegando ao seu estômago.
Como nunca havia presenciado tal cena, não sabia o que estava por vir.
O vermelho do seu rosto foi a primeira dica do tremor seguinte. A voz que falhava entre palavras interrompidas por cortes emotivos. As palavras, antes tão facilmente dominadas por você, venciam
sem esforço, se emaranhavam entre suas mãos que seguravam o cabelo como quem procura um motivo para abaixar a cabeça e, consequentemente, os olhos.
E elas vieram. Timidamente, de início. Rolavam por seu rosto contornando a palidez agora corada. Depois perderam a timidez e caíram ferozmente sobre suas mãos trêmulas, aumentando a avalanche de palavras cortadas que saíam de você.
Era um menino, como nunca tinha sido. Não pra mim.

3 comentários:

  1. sem a capa ariana, mas com um belissimo chapéu canceriano, hã?

    te amo.

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  2. Abrigo sereno. Como quis não me molhar. Hoje sou outro, agora seu outro. Sorrisos não valem para quem não tem dentes? Somos o resto, a rebarta, que sobra das atitudes que a vida escorre ao ralo. Não me perdoo, nem me indago. Só sinto o que sente a folha em branco, falta a caneta.

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  3. Só quero dizer que concordo com Larissa!

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