domingo, 11 de janeiro de 2009

Sem desvio do olhar.


Olhares sempre me fascinaram.
Talvez porque, depois de tanto tempo, ver um olhar carregado da mesma essência, seja a melhor maneira de relembrar.
Eu me esqueço de muitas coisas. Sou dispersa, muito dispersa.
Mas pequenos olhares me rejuvenescem a memória. Trazem a mim uma brisa da insanidade adolescente, as músicas, as vozes, sorrisos e...
olhares.
De tantos eu desviei. Alguns, fixei por segundos, até cair, como uma conexão forte que se dissipa antes que exploda.
Olhos que conectam e tanto dizem. Músicas, vozes, visões, telefonema longos, de horas que se tornaram dias, de dias que se tornaram anos de distância.
A distância que acaba por funcionar como quando se interrompe a conexão de olhares. Como um intervalo, mesmo sabendo que é irresistível acabar dedicando seu olhar novamente.
Que é impossível a distância durar mais que os telefonemas.
Talvez ainda me sirvam os pobres olhos de cigana.

Um comentário:

  1. A coisa mais linda que eu já li.
    Me emociono, lembro, rio, amo, enfim. Vivo.

    "O riso que sucede o ah"

    te levo no meu coração.

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